terça-feira, 29 de março de 2011

Por que Educação do Campo?

Durante toda a minha vida morei na zona rural da cidade de Gravataí, em um lugar próximo a duas escolas públicas. Estudei as séries iniciais em uma delas, aonde os alunos vinham de comunidades carentes ou de regiões muito afastadas, alguns moravam encima do morro. Durante todos os anos da minha vida percebi certa dificuldade na adaptação de professores vindos de outras regiões para aquelas escolas.
            Ao me formar no Ensino Médio já estava decidida que eu seria professora, mas ainda não sabia o que deveria cursar para estar preparada para trabalhar com crianças como as da escola próxima de minha casa. Meu pai dizia que eu deveria fazer Pedagogia, mas eu ainda não sabia se era o curso que eu me identificaria, resolvi então fazer o Magistério, onde me encantei.
Ainda assim vi que o que me ensinavam não bastava para o que eu realmente queria saber. Quando eu soube do Curso de Educação do Campo, me senti muito entusiasmada, pois o nome já dizia tudo... Era o curso perfeito para mim e no dia que iniciei tive essa certeza.
            Sei que o curso vai me ser muito importante, pois pretendo trabalhar em escolas de mesma realidade que as da minha região, de famílias humildes e pessoas do campo. Tenho uma expectativa muito grande com o curso, espero que eu adquira muitos conhecimentos e possa usá-los de forma muito proveitosa.
            Pretendo daqui a alguns anos já estar fazendo a diferença como profissional da educação do campo, quero ser uma professora apaixonada e dedicada. E não quero parar por aí... Pretendo depois fazer uma especialização e divulgar esse curso para outras pessoas, pois precisamos de novos professores preparados.
Estou e vou continuar fazendo de tudo para que daqui a alguns anos eu já esteja formada nesse curso, quero aproveitar todas as oportunidades que ele me der, pretendo sempre estar em dia com as atividades e se for necessário pedirei ajuda para colegas e professores, mas nunca vou desistir.

Sobre mim...

Sou Mariana tenho 18 anos e moro na zona rural da cidade de Gravataí, vivo com os meus pais e minha irmã. Faço o Magistério e também o Curso de Educação do Campo, sempre sonhei em ser professora e agora estou muito entusiasmada com o curso, e tenho muitas expectativas para o futuro.

A história do lugar onde moro...


 A história do Passo do Portãozinho

Há muitos anos atrás, não havia estradas nas regiões mais afastadas do centro das cidades, isso não era diferente na cidade de Gravataí. As “estradas” eram apenas rastros de carretas, carroças e cavalos que passavam sempre pelo mesmo lugar. Com o passar do tempo esse caminho se passava a ser a estrada de todos.
Em uma região próxima de Morungava (bairro conhecido de Gravataí), dois fazendeiros combinaram de fazer um portão no arroio que dividia suas terras, para que o gado não se misturasse. Esses fazendeiros morreram, foram divididas as terras para seus herdeiros e o ponto de referencia era o tal portão. Muitos não se interessaram nas terras herdadas e acabaram vendendo ou trocando, assim novas famílias vieram morar no lugar já conhecido como Estrada do Portão.
Uma das novas famílias fez a sua casa bem pertinho do arroio e quando deles se falava, lhes atribuíam a expressão “lá do portão”, depois passando para “portão”. Assim todos os descendentes adotaram o mesmo sobrenome Portão.
De um lado do arroio morava a família Alves Mendes e do outro a família Cardoso, que começaram a plantar e fazer polvilho e farinha em suas tafonas de mandioca, deixando o lugar mais conhecido.
Apesar de não haver mais o portão e sim uma ponte de madeira sobre o arroio, o lugar se passou a chamar Passo do Portãozinho e já com estradas um pouco melhores.
Novamente as famílias se dividiram e novas propriedades foram se formando, as crianças podem ir para a escola de ônibus, apesar de não pavimentado o Passo do Portãozinho tem estradas largas e com saibro, o que facilitou o tráfego para as empresas de transporte.
No ano de 1994 a comunidade se juntou para fazer um barracão que receberia as pessoas para os encontros religiosos e também serviria para as festas da comunidade, onde todos os anos é realizada uma festa em louvor a São Pedro (padroeiro). A abertura da festa acontece com uma grande cavalgada e termina com baile.
A Estrada Passo do Portãozinho, que já foi campo com trilhos de carreta, hoje é o lugar de duas escolas, um centro de recuperação de dependentes químicos e muitas chácaras e lares de famílias felizes, que já contam com as tecnologias de comunicação em suas casas. Esse lugar com certeza terá um futuro cheio de progressos.

O lugar onde moro...